UNIVERSIDADE FEDERAL DE
MATO GROSSO DO SUL
Especialização
em Cultura e História dos Povos indígenas
Cursista:
Sergio Luiz Romeiro
Povos Indígenas:
Equívocos contemporâneos.
Os equívocos em torno
da figura do índio são muitos, porém para entender a realidade desse povo e sua
diversidade temos que responder alguns questionamentos.
- O índio é tudo igual? Analisando o texto de apoio e os vídeos sobre
o tema
chegamos à conclusão de que trata se de
uma ideia equivocada que vem sendo trabalhada ao longo do tempo, sempre que lemos um livro e
ou assistimos ao filme deparamos com uma figura de penacho na cabeça semi nu,
ou nu, com arco e flecha na mão e que vive da caça e da pesca, sem contar que é
repassado à população de que falam a mesma língua, cultuam o mesmo Deus, comem
a mesma comida, dançam da mesma forma e fazem os artesanato da mesma maneira. Porém essa ideia é
equivocada, pois existem diferentes povos indígenas. Em minha escola na cidade
de Miranda há entre os docentes essa diversidade de etnias, eu sou professor de
Língua Portuguesa e sou da etnia Terena, nosso professor de Matemática é da
etnia Xavante e a nossa coordenadora é da etnia Kadiwéu. Cada um com a sua
língua, pois elas são diferentes e nem todos conseguem estender se eles usarem
a língua materna deles. E muitas outras
coisas esses povos são diferentes. Então não resta dúvida que existe diferença
entre essas três etnias, portanto posso dizer com todas as letras que índio não
é tudo igual.
Índio
é atrasado e primitivo? Outro equívoco do livro didático e
de outros meios de informação que sustenta essa ideia errônea. Segundo a visão dos vários antropólogos que
deram seus depoimentos nos vídeo de apoio ao texto o índio vive do conhecimento
acumulado chamado etnosaberes, isso faz com que os povos indígenas conseguissem
sobreviver até hoje. Muitos povos dominam as mais variadas formas do saber,
como por exemplo: a agricultura é um seguimento que os povos indígenas conhecem
muito bem e colocam em prática esses saberes, quando os homens da aldeia
precisam tirar madeira da mata com o objetivo de construir sua casa. Eles tomam
muito cuidado na lua, pois se ela estiver na lua nova, nem pensar em cortar
madeira, porque certamente irá carunchar (apodrecer) em poucos dias (conhecimento
adquirido com meu pai através do etno saber). Porém se a lua estiver na minguante, pode ir em frente, porque mesmo não
sendo madeira de lei, ela irá durar muito tempo, isso é etno saberes, portanto
quem ainda tem a visão de que índio é atrasado e primitivo não deve conhecer
uma aldeia indígena. Hoje nos deparamos nas aldeias indígenas com internet, celulares de última geração, roupas
de marca. Devemos começar a perceber melhor nessas comunidades indígenas e para
os índios com o intuito de desconstruir a ideia de que índio é atrasado e
primitivo.
Índio
parou no tempo?
Um dos Antropólogo em
seu depoimento no vídeo fez um comparativo muito interessante, ele disse que os
portugueses de outrora usavam roupas totalmente diferente das que os
portugueses usam hoje, porém pelo fato de haverem mudado sua forma de vestir,
não tirou o fato deles serem portugueses. Pois quando trata da relação com o
índio a coisa muda de figura, pois para a maioria das pessoas o índio que acaba
sendo aculturado deixa de ser índio. Uma contradição muito grande, pois pelo
fato do índio acompanhar a modernidade não tira o fato dele ser índio. As
comunidades indígenas têm buscado conforto, melhorias e acompanhar a
modernidade, mas sem deixar de praticar as suas danças, as suas comidas típicas,
a sua cultura. Isso é evoluir e não parar no tempo.
Índio
é passado? Não, índio é passado, presente e futuro. Hoje as
aldeias indígenas estão muito próximas das cidades, o índio perdeu muita terra,
porém tem tentado sobreviver mantendo sua cultura, sua língua, sua arte, seus
costumes e sua forma de viver, sim, tem sido aculturado, mas não deixou de
tratar a terra, a natureza, a água, os animais com muito respeito, praticando o
etno saber. Isso mostra que o índio é um ser capaz de manter as suas tradições e
evoluir dependendo da necessidade, fazendo dele um ser que vai perdurar por
muitos e muitos anos ainda.
A
importância da valorização dos etno saberes (saberes tradicionais) e dos povos
indígenas através da lei 11.645/2008.
A lei 11.645/2008
estabelece a obrigatoriedade do estudo da história e cultura afro-brasileira e
indígena nos estabelecimentos de ensino fundamental e de médio públicos e
privados em todo país. Em virtude da referida lei que estabelece a
obrigatoriedade do estudo da história e cultura indígena nos estabelecimentos
de ensino, podemos encontrar subsídios para reconhecer e estudar numa nova
perspectiva as comunidades indígenas e negras, valorizando a sabedoria do
etno saber presente no convívio do índio. Pois o índio é sabedor da importância
dos etno saberes e os utilizam. Contudo quem não está inserido no meio da
comunidade indígena ou quilombola pensam que essas comunidades não valorizam
esses saberes tradicionais, entretanto eles só serão valorizados e reconhecidos
com a propagação nas escolas desses saberes, avançando além dos limites das
aldeias. Publicando esses saberes em livros, documentários, receitas da
culinária por escrito, divulgando a arte e o saber dos povos indígenas.
Enfim, respondendo
estes questionamentos podemos concluir que precisamos estudar mais os povos
indígenas para compreender a diversidade cultural presente no Brasil e as
riquezas inseridas em cada povo presente nos mais longínquos lugares dessa
nação abençoada.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
- AUGÉ, Marc
(org.21975. Os Domínios do Parentescos filiação, aliança matrimonial,
residência). Lisboa. Perspectiva do homem. Edições 70.
CLASTRES, Pierre. 1978.
A sociedade contra o Estado, livraria Francisco Alves. Editora S.A. Rio de
Janeiro
HILARIO,Antonio
Aguilera urquiza, MARQUES, Levi Pereira, PRADO, José Henrique.
Que fonte você usou para escrever isso?
ResponderExcluirEstá escrito nas referências bibliográficas:
ExcluirAUGÉ, Marc (org.21975. Os Domínios do Parentescos filiação, aliança matrimonial, residência). Lisboa. Perspectiva do homem. Edições 70.
CLASTRES, Pierre. 1978. A sociedade contra o Estado, livraria Francisco Alves. Editora S.A. Rio de Janeiro
HILARIO,Antonio Aguilera urquiza, MARQUES, Levi Pereira, PRADO, José Henrique.
👏👏👏👏👏👏
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