sábado, 20 de novembro de 2010

Morte, como lidar com ela?

Estou escrevendo sobre a morte porque recentemente perdi meu filho. É um golpe muito duro perder um filho, porque na minha opinião, o bem mais precioso que temos não é carro, casa, fazenda, ouro nem prata, mas sim nossos filhos, e quando perdemos um filho, perdemos parte de nós.
A morte nunca é bem- vinda, mesmo que a pessoa já tenha vivida muitos e muitos anos, ou que esteja muito doente e que a morte seja um descanso.
Hoje estou tentando entender porque meu filho morreu. Um jovem de apenas quinze anos, que tinha a vida toda para curtir e viver. Podendo, eu trocaria com ele, ele ficaria com minha vida e eu com sua morte, mas não é da maneira que queremos.
Hoje lido com essa perda imensa, todos os segundos da minha vida. Deus tem me dado forças para suportar esses momentos difíceis.
Essa perda chamada morte, só é suportável quando você não tem arrependimentos, como: " ah se eu tivesse feito isso"ou " se fosse hoje eu faria tudo diferente". No meu caso, eu e minha esposa fizemos de tudo para nosso filho, enquanto ele estava conosco, criamos ele da melhor maneira possível, lhe dando carinho, atenção, amor e tudo que estava ao nosso alcance. Quando ele adoeceu, vivemos só para cuidar dele, fazendo o possível e o impossível para curá-lo. Hoje eu choro, mas de saudades do meu filho querido, sabendo que ele não morreu, mas sim descansou em Deus, e está nos esperando para que quando voltarmos a nos encontrar será para sempre aí no céu. A morte não deve ser encarado como um fim, sim como um até breve.

Fim da estrada

Depois de quase dez meses de luta contra a leucemia, infelizmente meu filho Sergio Gabriel não resistiu. Lutou bravamente durante todos esses meses, alternando momentos de esperança, e de muita aflição.
Tudo já estava preparado para ele fazer o transplante de medula óssea. Conseguimos doadores compatíveis com ele: seu primo, um na rede, no interior de São Paulo e um terceiro nos Estados Unidos. Mas uma pneumonia que ele pegou durante a primeira internação preparatória para o transplante, que persistiu durante aproximadamente uns cem dias o levou.
Estávamos esperançosos com o sucesso do tratamento. Mas infelizmente, na segunda semana de outubro as coisas começaram a piorar. A pneumonia persistia, aumentaram as dores a ponto dele ter que tomar morfina de quatro em quatro horas, mesmo assim as dores não passavam, saíram várias feridinhas em todo seu corpo, perecia catapora, mas era infecção generalizada, suas plaquetas não subiam, nem seus leucócitos, estava praticamente sem defesas.
Dia treze de outubro ele teve que ir para o CTI, os médicos falavam que era preventiva, devida as plaquetas que estavam muito baixas, e a qualquer momento poderia haver algum tipo de hemorragia, nesse dia ele deu entrada às 22 horas aproximadamente.
No dia seguinte ele amanheceu agitado, mas parecia bem, a Norma, sua mãe, ficou com ele no CTI desde às 18 horas, eu entrei no horário da visita que era às 20:30 horas, parecia que estava tudo bem, conversamos bastante nessas horas que estivemos juntos, fazendo planos para quando ele saísse dali realizássemos, terminou a visita às 21:20 para nós, já que a enfermeira teve que pedir para que nós saíssemos.
No dia quinze, logo cedo entramos para saber das notícias, o médico veio ao nosso encontro na porta, explicando o que acontecera a noite. Ele teve uma parada cardíaca de uns 6 a 8 minutos, mas os médicos conseguiram reanimá-lo, entretanto disse que o caso dele era gravíssimo, estava entubado e inconsciente. Foi muito "duro" ver nosso filho naquela situação e você não poder fazer nada. Às 10:47 ele descansou.
Meu filho foi um heroi, todos esse meses lutando contra essa doença terrível, nunca reclamou de nada, estava sempre com um sorriso no rosto e educado com todos que por ali passavam. Deu uma lição de vida quando aqui esteve. Por isso que a cada dia que passa eu o amo cada vez mais, estamos sentido muita falta do nosso filho e professor, que nos ensinou tantas coisas, que jamais esqueceremos. Fique com Deus meu filho, porque vamos tentar aprender a viver sem você aqui conosco, desistir jamais, porque você lutou até o fim. Adeus meu guerreiro nos encontraremos em breve aí no céu.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Quase oito meses de luta

Já faz quase oito meses que estamos lutando contra uma doença terrível, chamado leucemia. Nestes últimos dias, senti medo de perder meu filho. Mas Deus renova nossas forças a cada dia. Depois da primeira internação preparatória para transplante de medula óssea, que meu filho será submetido, suas defesas despencaram muito e não mais subiram. Já faz quase quarenta dias que ele está no hospital. Nesse período ele teve que tomar sangue e plaquetas várias vezes. Também pegou pneumonia, e agora está com fungo nos pulmões, isso tem complicado muito o seu tratamento, pois em vez de estar tratando da leucemia, tem que cuidar de outras doenças, que se aproveitam da baixa imunidade em que ele se encontra agora. Infelizmente não é fácil lutar contra uma doença tão poderosa, mas Deus tem nos dado forças para lutar, e a cada dia uma nova pessoa para ser solidária conosco nesse momento. Oito meses não são oito dias, mas Deus nos dará vitória. E que esse momento de aflição possa se transformar em grande alegria em breve.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Seja um doador de medula óssea

Seja um doador de medula óssea. Estou fazendo essa campanha, porque acredito que muitas pessoas tem pouca clareza a respeito do assunto, assim como eu também tinha. Porém meu filho Sergio Gabriel está com leucemia linfóide aguda, isso fez com que eu procurasse me informar melhor, sendo agora um doador de medula óssea e sangue.
Meu filho fez tratamento com quimioterapia, entretanto o tratamento não correspondeu, e agora só um transplante de medula óssea pode resolver o nosso problema. Eu e meu filho mais velho já fizemos testes de compatibilidade, porém não somos compatíveis com o Sergio Gabriel, mas tem um possível doador compatível com ele. Eu quero agradecer a todas as pessoas que já são doadoras, e convidar àquelas que ainda não são doadoras. Veja como é simples!
Basta ter entre 18 a 55 anos de idade, é coletado 5 ml de sangue para teste, o doador preencherá um formulário com seus dados pessoais, que será armazenado no banco de dados e terá que estar sempre atualizado, porque ao fazer o cruzamento com algum paciente, se for compatível você será convidado a fazer alguns exames para ver como está sua saúde, é retirada do interior de ossos da bacia por meio de punções, e se recompõe em apenas 15 dias. A chance de encontrar um doador compatível é um em cem mil!! O transplante de medula óssea é a única esperança de cura para muitos portadores de leucemias e outras doenças do sangue.
A doação de medula óssea é um gesto de solidariedade e amor ao próximo.
Seja um doador!!!! Procure um hemocentro.

domingo, 18 de julho de 2010

Quimioterapia

Antes desse ano eu tinha apenas uma vaga ideia de que era uma quimioterapia, porém hoje já passado sete meses de tratamento de leucemia que meu filho faz, já tenho outra visão desse tratamento. No começo do tratamento meu filho fez várias quimioterapias afim de parar o avanço das células jovens que sua medula produzia e mandava para a corrente sanguínea, isso ocorreu durante um mês e meio aproximadamente, depois foram agendadas seis internações de sete dias cada. Nessa fase que eu comecei a compreender o que era quimioterapia, não sei muito, entretanto o suficiente para dizer que é um tratamento "pesado", pois meu filho perdeu todos os cabelos, fica frequentemente com náuseas quando está fazendo, além de correr o risco de perder a visão devido a potência desse medicamento, e contrair outras doenças devido a imunidade que fica a zero, pois como diz o médico "a quimioterapia não é inteligente, pois além de matar as células ruins matam também as boas". Existem alguns medicamento toleráveis para o organismo, porém alguns o organismo rejeita, e a solução é tomar anti-alérgico para conseguir suportar, meu filho fazia uma quimioterapia que não lembro bem o nome, por isso não citarei, mas que traz tantas complicações que até "parada" ocorreu em meu filho, se ele não estivesse num lugar com condições talvez eu não o teria mais, teve que tomar adrenalina no músculo para voltar ao normal, e mesmo assim não surtiu o efeito esperado. Hoje ele teve que abandonar o tratamento que fazia, e recomeçar um outro com dosagem muito mais fortes. Faz quatro dias que está fazendo essa nova medicação, as reações estão sendo menores, pois a que causava alergia não foi prescrita dessa vez, esperamos que continue assim, e que logo ele consiga fazer o transplante de medula óssea, e volte a sua vida normal. Mas está sendo difícil tanto para ele como para nós pais. Que Deus nos dê forças para suportar essa provação.

sábado, 17 de julho de 2010

complicação

Hoje já tem sete meses que estamos lutando contra uma leucemia,que apareceu em meu filho, o tratamento estava indo bem. Porém esta semana os médicos se reuniram conosco(eu e minha esposa) para dizer que as células doentes continuam no corpo do Sergio Gabriel, foi um golpe muito duro, porque já esperávamos que ele entrasse em manutenção. O tratamento que estava prestes a ser finalizado voltou a estaca zero. Pois as dosagem de quimioterapia agora ficaram mais fortes a fim de eliminar todas as células doentes para um transplante de medula, que está sendo a única solução,estamos confiante em Deus e nos médicos que tem nos tratado com muito carinho. Esperamos que logo tudo isso passe e voltamos a vida normal se Deus quiser.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Por que?

Por que as coisas mudam de uma hora para outra? Por que temos que sofrer tanto? Por que existem as doenças? Por que temos que ver nosso filho sofrer sem poder fazer muita coisa? Hoje consigo entender alguns por quês. As coisas mudam para que possamos mudar também, e, se possível para melhor. Sofremos para podermos entender o sofrimento dos outros, e assim ser mais solidário, companheiro, sensível e amigo. As doenças existem, porque a cada noite de sofrimento vem um dia de melhora, a cada momento de dor, vem outro de alívio, a cada dia no hospital vem outro de esperança, que um dia tudo isso passe. O mais dolorido em tudo isso, é que não existe coisa mais preciosa que o filho(a) da gente, tenho certeza que a maioria dos pais que estão com os filhos doentes, dariam tudo para estar no lugar deles, e assim, livrá-los de qualquer sofrimento. Entretanto isso não é possível, e temos que agonizar a dor em nossos corações. Acreditar em Deus, e esperar que ele possa fazer uma obra na vida de nossos filhos. Quando nossos filhos estão com saúde e felizes, nossos corações se enche de alegria, porém se não ocorre isso, a vida fica sem graça, nada nos causa alegria. Somente Deus pode confortar nossos corações e dar força para enfrentar os obstáculos que a vida nos oferece.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Valores

Os valores que predominam em cada ser humano é o resultado de sua criação.
Os pais são os maiores responsáveis pelo sucesso ou fracasso de seus filhos.
Tudo começa quando criança. Os primeiros ensinamentos: obediência, respeito, educação, solidariedade, benevolência, honestidade etc...
Porém tudo isso pode ir por água abaixo se o principal fator formador desses valores não for respeitado, o exemplo. O fator exemplo é o responsável pelo cumprimento, ou não das regras que os pais ensinam aos seus filhos.
Ao ensinar a honestidade, os pais devem praticá-la. O respeito deve acontecer o mesmo.
Quando não acontece na prática os ensinamentos teóricos, a tendência é confundir a cabeça da criança.
Na minha opinião é o que está acontecendo com grande parte das famílias brasileiras, os filhos não respeitam mais os pais, estão agressivos, maus educados, desonestos, desobedientes, etc..
O maior responsável por tudo isso é o exemplo que eles têm em casa.
Devemos rever nossos conceitos de criação de nossos filhos, porque caso contrário, daqui a alguns anos, nosso mundo será um caos. Teremos uma sociedade injusta, desonesta, agressiva, mau educada, etc.. É isso que esperamos? Acho que não, queremos construir uma sociedade cada vez melhor. Solidária, justa, honesta, educada,etc. Sempre respeitando o próximo e construindo um planeta cada vez melhor.

quarta-feira, 24 de março de 2010

A luta continua...

Bom pessoal, gostaria de agradecer as orações em favor do meu filho Sergio Gabriel, que este ano começou com uma prova muito grande, pois descobrimos que ele está com leucemia linfóide aguda uma doença grave, porém Deus tem o abençoado, e a cada dia tem melhorado seu estado de saúde, hoje já estamos mais tranquilos com ele, entretanto nunca mais ficamos sossegados, a tensão é diária, faz aproximadamente vinte dias que ele não faz quimioterapia, que é a forma como ele está sendo tratado. O outro filho que eu tenho (Diego), fez o exame de compatibilidade da medula, mas o resultado ainda não saiu, portanto nossa luta é constante e a dedicação a ele tem que ser total e é isso que estamos fazendo.
Temos que agradecer a todas as pessoas que tem orado, rezado ou torcido para que ele melhore, pois desse pensamento positivo é que estamos precisando nesse momento difícil. Nossa vida mudou de repente, agora conseguimos enxergar coisas que deixávamos de lado, como, perceber que existe muita gente passando pelo mesmo problema nosso ou pior e não nos dávamos conta.
Temos certeza que Deus orientará os médicos, e esse momento servirá para que possamos testemunhar mais uma vitória que Deus nos proporcionará.
Quero deixar uma mensagem de otimismo a todas as pessoas que atravessam pelo mesmo problema nosso, lute bravamente, confie em Deus que ele é o único que pode curar nossos filhos, entregue esse problema nas mãos de Deus, que ele usará os médicos para fazer sua obra.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Aperto no coração

Posso dizer que sinto me desse maneira neste momento, com aperto no coração. Há mais de um mês, meu filho Sergio Gabriel está internado em um hospital, alterna seus dias no hospital regional Rosa Pedrossian, e a casa de apoio, associação dos amigos da criança com câncer(aacc), em Campo Grande. Ele está com leucemia linfóide aguda(lla), uma patologia muito rápida e poderosa no nosso organismo. Desde a descoberta da doença e o começo do tratamento, minha cabeça gira em busca dos porquês? Só Deus mesmo para nos dar forças nesses dias de aflição. Com apenas quinze anos, meu filho tem mostrado ser um guerreiro, luta bravamente contra essa patologia terrível, sempre alegre, enfrentando as agulhadas em seu corpo como se fosse algo natural. Dá um aperto no coração ver meu filho nessa situação, e sua mãe aos prantos ao seu lado, sem deixá lo ver dessa maneira para não preocupá lo. De uma hora para outra nossas vidas viraram de cabeça para baixo. Deus nos tem dado forças para enfrentar o problema, que veio para nos unir mais ainda! Nossos amigos, parentes e conhecidos têm orado, rezado e compartilhado com nossa preocupação e luta. Tenho certeza que Deus vai fazer uma obra na vida de meu filho, mas como ser humano tenho meus temores e aflições. Espero que em breve estejamos juntos, porque a casa fica vazia e triste sem meu filho e minha esposa, pessoas que eu mais amo nesse mundo!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Leocemia: o difícil diagnóstico

Vou relatar o que aconteceu comigo nesse começo de 2010.
Tenho dois filhos, um com vinte anos outro com quinze, sempre praticaram esportes, brincaram, dançaram, enfim aproveitavam a vida da melhor maneira possível. Meu filho mais novo, Sergio Gabriel, que chamamos de Gabriel, treina capoeira, joga futebol, gosta da posição de goleiro, e é deste que eu vou falar.
No final do ano, ele começou a sentir febre diariamente, pensamos que fosse por causa de uma érnea que ele tem. Levamos ao médico e este o encaminhou a um cirurgião, como todos os hospitais de Aquidauana, cidade onde moramos, estavam em recesso, esperamos até o começo de 2010 quando os mesmos voltariam a funcionar.
Procuramos então um cirurgião, este recomendou alguns exames rotineiros para qualquer operação, mas achava que o Gabriel poderia estar com dengue, pois a érnea não dava febre, assim fizemos: eletrocardiograma, hemograma e exame da urina.
A Cardiologista ao observar os exames, deixou transparecer que tinha algo de errado com o Gabriel, e recomendou outro hemograma, quando ele saiu da sala, eu questionei se havia algo de errado com meu filho. Ela falou que recomendou outro exame para confirmar a possibilidade de ser uma leocemia. Nesse momento meu coração disparou, minha garganta trancou, fiquei assustado, pois sabia que a doença era grave. Imediatamente liguei para minha esposa que estava no serviço, e disse lhe que viesse ao hospital, pois tinha acontecido algo inesperado com os exames do Gabriel. Ficamos desesperados com a notícia, mas tentei transmitir tranquilidade para os dois, mas estava muito difícil! Ele teria que ser transferido para um hospital com mais recurso na capital do nosso estado, ficaria aguardado vaga. Porém ele não estava bem, em condições de perder tempo, pois a febre aumentava e ele começara a tossir, além de ter emagrecido muito e muito rápido. Estávamos assustados, ouvíamos falar da doença mais nunca imaginaríamos que acontecesse com a gente.
Depois de dois dias conseguimos vaga, viajamos de madrugada, e o quadro clínico dele estava pior, pensei que perderia meu filho. Minha mulher chorava constantemente, meu filho estava assustado, nossas vidas estavam de cabeça para baixo. Mas sempre acreditando em Deus, só de olhar para ele dava um nó na garganta, e um desespero por dentro.
Conseguimos a internação dele em um dos melhores hospitais de Campo Grande, o regional Rosa Pedrossian. Hoje ele esta recebendo tratamento e fazendo os exames necessários para começar a quimioterapia, estamos otimistas com o tratamento, e acreditando em Deus, que ilumine os médicos e nos dê forças para suportar mais essa luta em nossas vidas, e agradecer todas as pessoas que estão nos dando forças e orando por ele, obrigado!.