UNIVERSIDADE
FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL - UFMS
PRÓ-REITORIA
DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO - PROPP
COORDENADORIA
DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA
ESPECIALIZAÇÃO
EM CULTURAS E HISTÓRIA DOS POVOS INDÍGENAS
DESUSO
DA LÍNGUA TERENA ENTRE OS ALUNOS DO 7º E 8º ANO DA ESCOLA MUNICIPAL INDÍGENA POLO
PÍLAD REBUÁ[1]
Sergio Luiz
Romeiro[2]
sergioluizromeiro2@gmail.com
RESUMO
Este artigo buscou esclarecer e discutir
os motivos que causaram o desuso da língua Terena entre os alunos do 7º e 8º
ano da Escola Municipal Indígena Polo Pílad Rebuá, localizada na Aldeia
Passarinho em Miranda Mato Grosso do Sul. Apresentamos um breve relato
histórico da comunidade indígena no Brasil e no Estado do Mato Grosso do Sul, e,
o povo Terena com sua história, trajetória e principalmente o desuso da língua terena,
foco da nossa investigação. Observamos também o amparo legal e a grade
curricular da Língua Terena e da Língua Portuguesa na escola, para uma reflexão
da função da escola no cumprimento da pro-vitalização ou não da língua terena. Para
alcançar o objetivo adotamos o método dedutivo de pesquisa e aplicação de
questionários aplicados aos alunos e professores que serviu como análise,
reflexão e interpretação de dados para conhecer os resultados. Com o objetivo
de descobrir as causas do desuso da língua terena entre os alunos dessa escola.
Finalizamos os trabalhos desenvolvidos e resultados obtidos nessas pesquisas,
com o objetivo de confirmações de algumas hipóteses.
PALAVRAS
CHAVES: língua terena; escola; desuso.
ABSTRACT
This paper aims
to clarify and discuss the reasons that caused the disuse of the Terena
language among students of the 7th and 8th year of the indigenous municipal
school Pilad Rebuá, located in the Village Finch on Miranda Mato Grosso do Sul.
We present a brief historical account of the indigenous community in Brazil and
Mato Grosso do Sul State and the Terena people with its history, trajectory and
especially the disuse of the Terena language focus of our investigation. We
also observed the legal support and the curriculum Language Terena and the
Portuguese language at school for a school function reflection in compliance
with pro-vitalização or not the Terena language. To achieve the goal adopted
the deductive method of research and application of questionnaires given to
students and teachers who served as analysis, reflection and interpretation of
data to know the results. in order to discover the causes of disuse of the
Terena language among the students of this school. We finished the work conducted
and results obtained in these studies, with the purpose of confirmation of some
hypotheses.
KEYWORDS: language terena; school; disuse.
INTRODUÇÃO
O Brasil é um país continental com
uma área territorial de 8.515.767,049 km², segundo levantamento do Censo
Demográfico de 2010, publicado no DOU nº 16 de 23/01/2013. E com uma
diversidade de povos, culturas e línguas. De acordo com a historiografia
indígena, por volta de 1500, quando Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil era de
aproximadamente cinco milhões de indígenas, 1400 grupos indígenas e 1200 línguas.
O contato do povo indígena nesses quinhentos anos com o europeu trouxe números
alarmantes e a extinção de muitas culturas, povos e línguas. Hoje os números do
(IBGE, 2010) sobre as populações indígenas no país é de 817.900, etnias 283,
terras indígenas 628, aldeias indígenas 4.067 e com apenas 180 línguas
indígenas.
Para iniciar este artigo apoiamos
na afirmação do professor de antropologia (Urquiza, 2013. P 19) “Mato Grosso do
Sul é o estado brasileiro com uma grande diversidade demográfica e de múltiplos
ethos culturais. No contexto dessa singularidade cultural apresenta-se uma
significativa população indígena, estimada em 73.295 mil pessoas”. Com estas
palavras que inicio este artigo. Que foi desenvolvido na Escola Municipal Indígena
Pólo Pílad Rebuá. Para ajudar na reflexão e compreensão do trabalho aplicamos método
de pesquisas com questionários, entrevistas e levantamento de hipóteses entre
os alunos, professores e questionamentos sobre as famílias dos alunos da Escola
Municipal Indígena Polo Pílad Rebuá, moradores das aldeias Moreira e Passarinho
em Miranda Mato Grosso do Sul, localizada a 202 quilômetros de Campo Grande,
capital de Mato Grosso do Sul.
Também foi feito um breve histórico
da Escola Municipal Indígena Pólo Pílad Rebuá; fundação, número de alunos,
quadro de professores, direção, coordenação pedagógica, grade curricular,
mestiçagem na família e legislação que ampara à escola indígena e seus sistemas
próprios de aprendizagem. Identificação
do povo para conhecer e entender um pouco do povo Terena e principalmente a
língua materna e os prováveis motivos que está acontecendo para o desuso nas
comunidades da aldeia Moreira e aldeia Passarinho, lugar onde moram os alunos da
Escola Municipal Indígena Polo Pílad Rebuá. Por isso procuramos atingir nosso
objetivo por meio de entrevistas com os alunos, professores e as relações
familiares do uso, ou desuso da língua materna, o professor indígena teve sua
contribuição nesse aspecto para reforço e confirmação do quesito e também por
serem moradores da própria comunidade onde os alunos estão inseridos.
O método utilizado é o dedutivo,
pois levantamos hipóteses através de questionários que subsidiaram nossos
trabalhos, em forma de pesquisas com os alunos, professores, com perguntas
sobre a família também. Eles levaram a resultados comprovados e verdadeiros que
nos possibilitaram a fazer uma análise do atual contexto da língua terena entre
os alunos da escola. O local de desenvolvimento foi a Escola Municipal Indígena
Polo Pílad Rebuá na Aldeia Passarinho em Miranda, Mato Grosso do Sul, no mês de
maio de 2015. Os entrevistados foram alunos e professores dessa escola. Foram observados
os resultados a fim de comprovação das hipóteses levantadas e uma possível ação
futura para a pro-revitalização da língua terena entre os alunos da escola.
O Brasil perdeu muito sua população
indígena em relação aos números de 1500 quando os portugueses chegaram ao
Brasil. Contudo ainda há um número considerável conforme números do censo de
2010, que indicam: a população indígena estimada em 817.900 habitantes, 283
etnias, 628 terras indígenas, 4.067 aldeias indígenas e conta com 180 línguas
indígenas. E que merecem respeito e uma atenção especial, para que possamos
entender a especificidade de cada povo. Dessas 180 línguas indígenas faladas no
Brasil ainda são pouco estudadas e por isso requer uma atenção especial para
que não sejam extintas antes mesmo de ser estudada profundamente. As línguas se
distribuem por cinco grandes grupos: Tronco Tupi, Tronco Macro-Jê, família
Karib, família Aruák, família Pano; havendo ainda nove outras famílias menores
e dez isolados linguísticos (SEKI 1999, p.3). (Apud Urquiza, 2013, p 82). A
língua Terena, concentra-se em quatro áreas e não só no território brasileiro,
mas entre a América Central e do Sul. Do tronco linguístico Aruák, originária
da América Central como aponta os estudos de (BITTENCOURT e LADEIRA. 2000). A
História do Povo Terena. Falada pelos povos indígenas da etnia Laiana,
Kinikinau e Terena, concentrados na sua maioria no Estado do Mato Grosso do
Sul. Por isso é o estado brasileiro com a segunda maior população indígena do
país de acordo com (IBGE 2010) conta com população de 73.295 pessoas
distribuídas em: Kaiowá, Guarani (Ñandeva), Terena, Kadiwéu, Guató, Ofaié,
Kinikinau, Atikum e Camba. Estão distribuídos em várias regiões do Estado de
Mato Grosso do Sul e falam línguas distintas: os Guarani/Kaiowá (Ñhandeva) que
habitam a região de Dourados, e municípios do Sul e Sudoeste do Estado, sua
língua é da família Tupi-Guarani e o tronco linguístico é Tupi com uma
população de 51.970 indígenas. Os Terena concentrados nas cidades de
Aquidauana, Miranda, Dois Irmãos do Buriti, Nioaque, Sidrolândia e Dourados, da
família Aruák e do tronco lingüístico Aruák, conta com uma população de 28.845
pessoas. Kadiwéu, concentrados nas cidades de Porto Murtinho e Bodoquena da
família linguística Guaicuru e sem estudos do seu tronco linguístico, com uma
população de 1.575 pessoas. Kinikinau, habitantes de Porto Murtinho, Bonito e
Miranda da família Aruák e conta com uma população de 213 pessoas. O povo Guató
está na Ilha Ínsua (Corumbá) da família lingüística Guató com uma população de
152 pessoas. O povo Atikun é encontrado na cidade de Nioaque, da família
Cariri, do tronco Macro-Jê com 120 pessoas. O povo Ofaié, encontrados na cidade
de Brasilândia da família Ofayé do tronco lingüístico Macro-Jê com uma
população de 70 pessoas (IBGE. 2010). Com esses dados numéricos podemos
perceber a diversidade étnica, cultural e linguística no Estado do Mato Grosso
do Sul. Ao mesmo tempo deparamos com números baixíssimos em relação a algumas
etnias indígenas, que se transforma em preocupação sobre o futuro desses povos
que habitam o Estado.
Os povos Terena habitam a região do
Mato Grosso do Sul e estão distribuídos em várias regiões do Estado, e em alguns
lugares mantém viva a língua terena, em outros requer uma atenção especial,
pois a falta do uso da língua em alguns lugares está à beira da extinção desse
patrimônio cultural dos Terena. Motivados por essa preocupação entrevistamos os
alunos e professores das Terras indígenas Pílad Rebuá (208 hectares onde estão
localizadas as aldeias indígenas Moreira e Passarinho) em Miranda, Mato Grosso
do Sul. Segundo o professor (URQUIZA. 2013. p 99)“o povo Terena sempre foi o
mais numeroso dos subgrupos Chané (Guaná), desde que esses povos começaram a aparecer
na literatura do Chaco paraguaio, ainda no século XVI”.
A história do povo Terena é longa e
está ligada às histórias de vários povos indígenas, dos europeus, dos africanos
e seus descendentes. O povo Terena, juntamente com os Laiana e Kinikinau, faz
parte da história de grupos indígenas que vivem em várias regiões e países da
América. A língua falada pelos Terena conserva elementos em comum com a língua
usada pelos Laiana e pelos Kinikinau e que, embora com algumas diferenças,
permite reconhecer que ele pertence a um tronco de origem Aruák. A língua
Terena é considerada uma língua bem descrita, pela dedicação, principalmente de
duas missionárias do SIL, as professoras Elizabeth Ekhdal e Nancy Buttler que
aprenderam a falar a língua terena, também produziram vários textos com descrição
de aspectos da gramática, materiais didáticos e trabalharam exaustivamente no
processo bilíngue, inclusive na tradução do novo testamento para língua terena.
A língua é um dos processos de
comunicação mais eficaz que existe entre os seres humanos, e cada povo tem a
sua, e através dela é que muitas vezes esses povos são identificados e
reconhecidos. No Brasil além da língua portuguesa que é a língua oficial do país,
temos 180 línguas indígenas de vários troncos linguísticos. O responsável pelo
estudo das línguas é o linguista. Para o suíço Ferdinand Saussure, que é
considerado o pai da lingüística moderna, a lingüística pretende:
“Fazer
a descrição e a história de todas as línguas que puder abranger, o que quer
dizer: fazer a história das famílias de línguas e reconstituir na medida do possível,
as línguas-mães de cada família; procurar as forças que estão em jogo, de modo
permanente e universal, em todas as línguas e deduzir as leis gerais às quais
se possam referir todos os fenômenos peculiares da história” (SAUSSURE,1995 p.13)
Baseado
nos dizeres de Saussure que buscamos desvendar os motivos e causas do desuso da
língua terena entre os alunos da Escola Municipal Indígena Polo Pílad Rebuá na
aldeia Passarinho. Procurar as forças que estão em jogo para entender melhor,
tanto a força da língua portuguesa e seu processo europeu de imposição e a
língua materna dos Terena, que vem sofrendo muito para se manter viva entre as
comunidades indígenas.
A
língua existe na coletividade sob a forma duma soma de signos depositados em
cada cérebro, mais ou menos como um dicionário cujos exemplares, todos
idênticos, fossem repartidos entre os indivíduos. Trata-se, pois de algo que
está em cada um deles, embora seja comum a todos e independa da vontade dos
depositários (SAUSSURE, p 27. 2006).
Esses dizeres de Saussure é um dos
conceitos de língua, que existe na coletividade em forma de dicionário e
independa da vontade do indivíduo, pois é algo coletivo, e cada povo possui sua
língua com signos diferentes, e no caso dos nossos estudos acerca da língua,
percebemos que a coletividade do povo Terena está perdendo um patrimônio dessa
comunidade que é a língua com especificidade que só o povo Terena possui,
outros signos vêm avançando sobre essa comunidade, os signos da língua
portuguesa.
O nome Aruák vem de povos que
habitavam principalmente as Guianas, região próxima ao norte do Brasil e
algumas ilhas da América Central, na região das Antilhas. Os povos que falam a
língua de origem Aruák não habitam em um único país. Estão divididos em quatro
áreas: a primeira está situada no sudeste do estado do Acre, a segunda fica a
oeste do estado do Mato Grosso, a terceira no alto do rio Xingu, e a quarta
área é a que corresponde aos grupos que vivem na região mais Meridional da
família Aruák no Brasil. É o povo Terena, que habita na região dos rios
Aquidauana e Miranda, no Estado de Mato Grosso do Sul.
O primeiro momento descrito por
Circe Maria Bittencourt e Maria Elisa Ladeira, 2000, “A História do Povo Terena”.
Foi a saída do Êxiva[3]
transpondo o rio Paraguai, e a ocupação da região do atual estado de Mato
Grosso do Sul. Com migrações que feitas em todo o decorrer do século XVIII. Foi
um período em que os Terena ocuparam um vasto território, dedicando-se à
agricultura, chamado Período dos Tempos Antigos. Em seguida, um acontecimento
importante que afetaria a vida dos Terena, a Guerra do Paraguai. O momento mais
significativo da vida dos Terena. O terceiro momento correspondeu à delimitação
das Reservas Terena, iniciando com a chegada da Comissão Construtora das Linhas
Telegráficas, chefiadas por Rondon. Também foi descrito um quarto momento
denominado “Tempo de Despertar”, criado pelo indígena Claudionor Miranda em sua
dissertação de mestrado em desenvolvimento local (MIRANDA, 2006).
Na época em que os Terena deixaram
o “Êxiva”, a região de Miranda era desabitada. Eles foram os primeiros a ocupar
a área. A ocupação da região pelos portugueses começou depois da descoberta de
ouro na região de Cuiabá em Mato Grosso, no século XVIII, várias povoações foram fundadas pelos portugueses
nessa época.
O local onde fizemos nosso trabalho
de pesquisa e levantamento de dados para este artigo foi a Escola Municipal Indígena
Polo Pílad Rebuá na aldeia Passarinho em Miranda no Estado do Mato Grosso do
Sul. A cidade de Miranda foi fundada em1778 a partir da construção do Presídio
Nossa Senhora do Carmo do rio Mondego atual rio Miranda, reduto construído pelo
governador do então estado de Mato Grosso general Caetano Pinto de Miranda. Em
1857, Francisco Rodrigues do Prado (irmão do fundador do presídio) consegue por
meio de lei provincial transformar a localidade em Vila com o nome de Miranda
que possui 25.794 mil habitantes segundo dados do (IBGE 2010) é a segunda
cidade mais velha do estado de Mato Grosso do Sul com 237 anos de fundação
política, está localizada a 202 km da capital do estado, Campo Grande. Também é
um município que possui muitos habitantes indígenas, tanto na cidade como em várias
aldeias espalhadas no município de Miranda, principalmente Terena em maior número
seguidos de Kinikinau e Laiana.
A Educação Escolar vem sendo
implantadas em diversos territórios indígenas em cumprimento da (LDB 9394/1996)
bem como nos municípios que existem aldeias indígenas possui escolas próprias
com pedagogia própria e diferenciada. Miranda não é diferente, possui três terras
indígenas: Terra indígena de Cachoeirinha onde está localizada a Escola
Indígena Primeiro Grau Coronel Nicolau Horta Barbosa, atendendo todo o Ensino Fundamental
e Médio, com extensões Luiz Raimundo na aldeia Morrinho, Felipe Antônio na
aldeia Argola, José Balbino aldeia Babaçu, Mãe Terra na aldeia Mãe Terra,
Manoel José Caetano Aldeia Cachoeirinha e Alexandre Albuquerque na aldeia
Lagoinha; Terra indígena de Lalima onde temos a Escola Municipal Indígena Polo
Presidente João Figueiredo, extensão Irmãos Souza na aldeia Lalima; Terra Indígena
Pílad Rebuá com 208, 3702 hectares onde localizam as aldeias Passarinho e
Moreira, com a Escola Municipal Indígena Polo Pílad Rebuá e Extensão Arthemis
Paz Bossay atendendo o Ensino Fundamental e Médio.
A educação escolar indígena tem seu
amparo legal na legislação brasileira para que funcione conforme as
necessidades das comunidades indígenas principalmente a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação conhecida como LDB 9394/96.
ART 1º
A educação abrange os processos formativos que desenvolvem na vida familiar, na
convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações
culturais.
ART 26
§4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das
diferentes culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente
das matrizes indígenas, africanas e europeia.
ART 32
§3º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa,
assegurada às comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e
processos próprios de aprendizagem.
Disposições
gerais
ART 79
§ 2º A União apoiará técnica e financeiramente os sistemas de ensino no
provimento da educação intercultural às comunidades indígenas, desenvolvendo
programas integrados de ensino e pesquisa.
A nossa educação escolar indígena é
amparada por lei como vimos nos artigos acima relacionados. E a língua materna
indígena também tem seu amparo na legislação brasileira. Contudo vemos a cada
ano uma língua indígena sendo extinta, segundo os números do (IBGE 2010) que
nos revela apenas 180 línguas indígenas e que quando a esquadra de Cabral
chegou ao Brasil era de aproximadamente 1200. Esses números mostram uma perda
de 1020 línguas em 510 anos, e se nós não cuidarmos dessas 180 que restam terão
o mesmo fim, pois a língua portuguesa impera no Brasil e massacra as línguas
indígenas ainda existentes no país. Por isso que é pertinente o uso de nossa
legislação a fim de assegurar a existência ou sobrevivência das línguas que
ainda restam.
A história da Escola Municipal Indígena
Pólo Pílad Rebuá localizada na aldeia Passarinho que atende alunos dos anos
iniciais e finais do Ensino Fundamental é recente, contudo não tem nenhum
registro na escola, ao procurar por essa história, o diretor da unidade escolar
o professor Jaime de Almeida, que é indígena e morador da aldeia Passarinho
indicou o ex cacique da aldeia Passarinho Rubens dos Santos de 78 anos[4],
pois na época em que ele foi cacique é que aconteceu todo o processo de
reivindicação e implantação dessa
unidade escolar na aldeia Passarinho. Ele conta que o processo de luta por uma
escola começou em maio de 1975 quando ele entrou de cacique da aldeia
Passarinho. Em 1976 ele fez algumas reivindicações ao delegado da FUNAI, o
senhor Gerson dos Santos e entre elas a construção de uma escola na aldeia,
pois a escola funcionava na igreja católica da aldeia Passarinho, que ele conta
“estava quase caindo”. No dia 06 de setembro de 1977 o presidente da FUNAI Ismarth
Araújo de Oliveira, general da reserva, antes de ser nomeado presidente era Superintendente
da FUNAI. Na sua posse, o Ministro do Interior, Rangel Reis, anunciou “a
política de integração em ritmo acelerado”, estava visitando as aldeias de
Miranda e passou da aldeia Lalima direto para a aldeia Cachoeirinha sem parar
na aldeia Passarinho, o cacique Rubens dos Santos pegou uma condução e foi
atrás da “carruagem”, chegando lá não foi muito bem recebido pelas lideranças
local, mas o delegado da FUNAI Gerson Alves em conversa lhe perguntou se
desejava alguma coisa, ele disse se a comitiva (carruagem) iria passar na
aldeia Passarinho, o general Ismarth Araújo de Oliveira respondeu que dentro de
meia hora passaria na Aldeia Passarinho. A comitiva ao chegar à Passarinho o
cacique e um grupo de índios, lideranças, já estavam com a documentação de
reivindicações prontas e entre elas a construção da escola e recursos para a
perfuração de dois poços artesianos. Em 1978 o chefe do posto já havia mudado,
era José Mario Mindurikava, um japonês, relata o ex-cacique. Em reunião em
Aquidauana entre ele o chefe do posto e representantes da FUNAI ele recebe a
notícia que a escola seria construída. Nos meados de 1978a construção da escola
e do posto indígena da aldeia Passarinho começa e só termina em dezembro de 1979
quando foi inaugurada. Ele conta também que em conversa em frente aos correios
de Miranda com o chefe do posto de Cachoeirinha sobre o nome da escola, sugerimos
Pílad Rebuá, pois foi a pessoa que doou a área da aldeia, e esse nome seria o
mais adequado e permanece até hoje. Esta unidade escolar é mantida pela
Prefeitura Municipal de Miranda, que atende as aldeias Passarinho e Moreira,
funcionando o Ensino Fundamental do 1º ao 9º ano, conta com 390 alunos matriculados
no ano de 2015, e um quadro de 33 professores (as) entre concursados e
convocados. Seu diretor é o professor Jaime de Almeida[5],
indígena e morador da aldeia Passarinho, a coordenadora pedagógica do período
matutino é a professora Célia Metelo, indígena e moradora da aldeia Moreira e
no período vespertino é o professor Marcos Moreira, também indígena e morador
da aldeia Moreira. Ainda conta com o especialista indígena do período matutino o
professor Gilson Tiago e a especialista do período vespertino a professora
Sonia Acosta, não indígena. Com uma estrutura física de oito salas de aulas,
cozinha, secretaria, banheiros, masculino, feminino e dos professores e uma sala
de tecnologia com vários computadores, data show e um barracão de palha onde
acontecem os informes aos alunos, além de livros de todas as disciplinas e
alguns produzidos pelas comunidades indígenas na língua Terena. Os alunos não
têm um lugar adequado para suas atividades esportivas e lazer, não tem quadra
de esportes na escola, apesar dessas dificuldades têm atendido os alunos de
forma satisfatória.
O referencial curricular da escola
é o mesmo das escolas urbanas, contudo a grade curricular das Línguas
Portuguesa e Terena são de certa forma injusta com as comunidades indígenas.
Apesar das aulas de Língua Portuguesa ser importante poderia aumentar o número
de aulas de Língua Terena, que tem em sua grade curricular com oito aulas semanais
de Língua Portuguesa e duas de Língua Terena do 1º ao 5º ano e seis de Língua
Portuguesa e duas de Língua Terena nos anos finais do ensino fundamental do 6º
ao 9º ano. Essa grade curricular vem massacrando a língua terena e as
comunidades indígenas que percebem sua língua materna, o terena, cada vez menos
usada, e não há uma iniciativa de revitalização. Talvez com o aumento de aulas
da Língua Terena poderia criar uma expectativa para a pro-revitalização. Com esses
números negativos para a Língua Terena é que focamos os nossos estudos a fim de
esclarecer a comunidade em geral os motivos e causas do desuso da língua Terena
entre os alunos.
Fizemos também um comparativo
numérico com alguns trabalhos já realizados na aldeia. Segundo tese de
doutorado de (NINCÃO. 2008, p.16,17)
“Apesar dos números da pesquisa
de Ladeira apontar 31,5% de falantes de Terena na aldeia Passarinho, é
importante esclarecer que esse índice se refere a sua população mais idosa: os
professores e os alunos da aldeia Passarinho são considerados monolíngües em
língua portuguesa”.
Agora temos os resultados em uma
amostragem entre os alunos da escola Pílad Rebuá e seus familiares que mantém o
mesmo quadro sobre o uso da língua terena. Questionário que os alunos
responderam em maio de 2015.
Análise
dos resultados
Os
motivos que nos levaram a pesquisar sobre o desuso da língua terena entre os
alunos da Escola Municipal Indígena Pólo Pílad Rebuá, foi manifestado de forma
preocupante, pois percebemos que entre os alunos em sala de aula, uma vez ou
outra alguém fala alguma palavra em língua terena. Os alunos falam algumas
palavras em terena, talvez aprenderam nas poucas aulas de Língua Terena ou com
as avós como: “Professor, posso beber uné[6]?” “Únati[7]”,
“akó[8]”,
“akóénja[9]”
ou para responder a chamada “anenyé[10]”.
Essas são algumas palavras que os alunos pronunciam em sala de aula ou fora,
mas ficam soltas sem que eles consigam formar frases simples ou mais complexas.
A professora Regina da Silva é a responsável pela disciplina de Língua Terena,
e tem se esforçado para que os alunos se motivem e aprendam à língua terena,
ela usa livros produzidos pelos próprios indígenas, trazendo a alfabeto terena,
os números, nomes de animais, objetos e algumas histórias. Contudo é uma das
disciplinas que os alunos confessam ser a mais difícil. Na última semana do mês
de abril, a escola recebeu um material confeccionado em uma formação continuada
de professores para o trabalho com a língua, arte e cultura Terena. Chamado
“kalivôno[11]”,
produzido Terra Indígena da Aldeia Cachoeirinha talvez esse material possa
motivá-los a aprender a língua terena e usá-la novamente nessa aldeia, pois têm
ilustrações, histórias no contexto indígena, saudações, alfabeto terena,
mostrando a nossa flora a nossa fauna, cultura: dança, cerâmica, etc. Mostrando
as datas comemorativas em uma linguagem simples e de fácil entendimento,
destinados aos alunos do primeiro ano do Ensino Fundamental, mas que serve para
todos que desejam aprender um pouco da nossa etnia Terena e principalmente da
nossa língua que é nossa identidade cultural.
Os alunos e professores responderam
um questionário sobre questões pertinente à língua terena e seu uso ou desuso
com a finalidade de identificar as causas do desuso da língua terena e chegamos
aos seguintes números: foram entrevistados dez professores em diversas áreas de
conhecimento, sendo cinco moradores da aldeia Moreira: Célia Metello Pereira
indígena, Fernanda Maria Clara Pereira Cantarelli indígena, Regina da Silva
indígena, Rosana Pereira de O. Mendes indígena e Waldecir da Silva indígena. E
quatro professores da aldeia Passarinho: Adriana B. da Silva indígena, César Augusto
Vareiro da Silva não indígena, Eduardo Dias
indígena, Evanilda Rodrigues indígena, e ainda Rosa Medina Dias Baltha não
indígena, moradora do perímetro urbano da cidade de Miranda.
Desse
quantitativo de professores de dez professores, oito são indígenas e dois não
indígena e somente uma professora, não indígena, não mora na aldeia. Foi
questionado se esses professores são falantes da língua terena e oito
responderam que não, um respondeu que fala pouco e uma professora, a de Língua
Terena respondeu que sim. Também foi questionado o uso da língua terena em casa,
com os familiares e sete responderam não usar a língua terena no processo de
comunicação, três responderam que sim, e que acontece com a mãe, com o irmão
mais velho e apenas a professora de Língua Terena respondeu ter o uso da língua
terena com toda a família, inclusive as crianças, porém com pouca intensidade.
O
resultado entre os professores deixa claro o desuso da língua terena. Os
professores deveriam ser os primeiros a dar exemplo de usos da língua terena,
porém o resultado aponta o inverso, ou seja, o desuso. Os professores não estão
falando a língua terena, isso gera uma preocupação ainda maior do que
imaginávamos, pela porcentagem dos professores entrevistados onde 80% não são
falantes e 20% são falantes da língua materna.
Entre
os alunos, o questionário foi aplicado no ensino fundamental, com um
quantitativo de trinta e nove alunos. Sendo que dezesseis do 8º ano e vinte e
três do 7º ano com a idade entre onze a dezenove anos. Ao ser questionado se
era indígena, trinta e sete responderam que sim, dois responderam que não. Foi
questionado se era falante do Terena, trinta e sete responderam que não e
apenas dois responderam que sim. Em relação à família dos(as) alunos(as) se o
pai é indígena, e a resposta foi que vinte oito pais são indígenas e onze não
indígenas, e trinta e cinco mães são indígenas e quatro mães não indígenas. Essa
mestiçagem com certeza é um dos fatores responsáveis pelo desuso da língua
terena entre os filhos. Em relação à língua terena foi questionado se era
falante, entre os pais dez responderam ser falantes, vinte e nove não ser
falantes. Entre as mães, oito responderam a mãe é falante e trinta e um
responderam que a mãe não é falante.
Esse
resultado de pai e mãe não falantes reflete nos filhos que não falam também, e
a cada dia nossa população indígena fica mais distante da língua que é um dos
fatores de identificação do povo terena.
Outra
pergunta que foi feita aos alunos foi em relação ao local de trabalho do pai,
trabalha na aldeia ou fora da aldeia? Dois alunos responderam que o pai Trabalha
na aldeia, e trinta e sete responderam que o pai trabalha fora da aldeia. Esse
resultado comprova um dos motivos e causas do desuso da língua terena entre os alunos
da escola, pois com a necessidade dos pais trabalharem fora da aldeia e ter que
falar o português, distancia cada vez mais a língua terena dessa comunidade e
principalmente entre os jovens, que acabam não aprendendo a língua terena e
muito menos usando. Os alunos da Escola Municipal Indígena Polo Pílad Rebuá
estão cada vez mais adquirindo os hábitos da população não indígena, “purútuye[12]”,
esses hábitos estão cada vez mais presente dentro das comunidades indígenas. Outros
fatores que foram observados: a proximidade da cidade é um dos fatores determinante
do desuso da língua.
Outro
fator é a mestiçagem, onde quem não fala o terena acaba se comunicando somente
em português dentro da família e leva os outros membros a falarem também, outro
indicativo segundo nosso ponto de vista é um dos componentes da família, pai ou
mãe ter que trabalhar fora da aldeia, e estar diretamente em contato com a
comunidade não índia que fala somente o português e nossos indígenas vão se
distanciando de sua língua materna indígena.
Uma
questão importante foi relacionada ao processo de comunicação em língua terena
na casa do aluno, vinte e quatro alunos responderam que somente acontece
somente com a avó. Nossa preocupação é ainda maior de quando começamos esse
processo de pesquisa, pois quando essas avós dos alunos morrerem, a língua
terena morrerá com ela. Outro fator fundamental é que dentro das dependências
da escola que deveria ser o ambiente que proporcionasse a pro-revitalização da
língua terena entre os alunos da escola, entretanto isso não tem acontecido de
modo eficaz, pois a professora de Língua Terena confessa ter muita dificuldade
em trabalhar com essa disciplina e necessita de muita ajuda para que possa
mudar esse quadro negativo em relação ao desuso da língua terena entre os
alunos da Escola Municipal Indígena Polo Pílad Rebuá.
Tivemos
uma entrevista especial com a professora da disciplina de Língua Terena da
escola, a professora Regina da Silva, moradora da aldeia Moreira e que sempre
morou aqui, trabalha na Escola Municipal Indígena Polo Pílad Rebuá desde 2007.
Foi a única professora que respondeu ser falante da língua terena e comunicar-se
em terena em casa com a família, contudo com pouca intensidade. Ao ser questionada
sobre a maior dificuldade em lecionar a disciplina de Língua Terena, ela
respondeu: “Porque os alunos dessa aldeia não são falantes da língua materna e
por falta de materiais didáticos, falta de apoio em geral”. Outra pergunta foi
feita à professora: Qual a solução para a pro-revitalização da língua terena na
escola? Ela respondeu: “Solução, talvez não seria, mas se todos os professores
que trabalham aqui, poderiam se empenhar ao menos dez por cento das aulas para
ajudar o professor desta disciplina, não seria tão difícil se isso acontecesse.
Duas aulas na semana por série é pouco demais, isso dificulta a revitalização
da mesma. O professor da Língua Terena precisa de muito apoio dos colegas para
incentivar os alunos.
O
resultado obtido nessa pesquisa veio comprovar o desuso da língua terena entre
os alunos da Escola Municipal Indígena Polo Pílad Rebuá, pois os levantamentos
de (NINCÃO, 2008), já apontavam isso. Hoje em momento diferente traz uma
preocupação ainda mais grave em que os idosos estão falecendo e não estão
conseguindo transmitir a sua língua materna, contudo a nossa preocupação é que
os alunos continuam sem uma motivação maior para que a revitalização seja
efetivada.
Resultados
Enfim,
comprovamos nesta pequena amostragem o desuso da língua terena entre os alunos do
7º e 8º anos da Escola Municipal Indígena Polo Pílad Rebuá com todas as hipóteses
que foram levantadas na pesquisa comprovadas: uma hipótese foi o desuso da
língua Terena na casa dos alunos em suas relações de comunicação diária, pois
somente poucos idosos sabem falar a língua terena, e não tem continuidade desse
saber aos mais jovens e isso tem comprometido o prosseguimento da língua
materna as gerações futuras, pois aos poucos nossos idosos estão morrendo e com
eles à língua terena; outra foi comprovada também nas entrevistas que é a mestiçagem
entre os pais dos alunos onde o componente familiar que não fala o terena leva
o outro a falar somente a língua portuguesa, este fato da mestiçagem tem
ocorrido muito entre os indígenas, onde as aldeias são próximas das cidades que
é o caso das aldeias Moreira e Passarinho onde moram os nossos alunos; também
foi comprovada que o trabalho dos pais fora da aldeia leva os pais a utilizarem
a língua portuguesa em sua relação de comunicação em seu trabalho e não sente
necessidade de aprender ou conservar a língua terena como processo de
comunicação familiar. Depois de criado SPI, em 1910. “O SPI procurou
desenvolver ação protetora combatendo as forças externas” (FIALHO, 2010 p 16), para
proteger os índios, contra à exploração. Por outro lado o índio tutelado
transforma-se em instrumento de dominação. Isso iniciado nesse período continua
até hoje como vimos nos resultados de nossa pesquisa, essa imposição e dominação
dos não índios “purútuye” sobre os indígenas, infelizmente o processo iniciado
pelo S.P.I., em integrar os índios à sociedade comum vem impondo sua força até
nos dias atuais. A hipótese mais significativa é a proximidade da cidade de
Miranda, pois a escola fica cerca quinhentos metros do início da área urbana da
cidade. Isso vem trazendo hábito do não índio e sendo apoderado pelo índio.
“Diante do
mundo globalizado e dos meios tecnológicos disponíveis que avançam muito
rápido, encurtam à distância, aproximam pessoas, influenciando em adaptar-se a nova
realidade do mundo ocidental, impondo o uso da língua dominante a todos os
povos, onde nem mesmos os povos tradicionais e as comunidades indígenas não
escapam desse novo modelo de linguagem, tornando-se atrativo aos jovens que são
mais afetados e pousa como facilitador do desuso da língua materna como meio de
comunicação”.(FIALHO,2010 p.14).
Os
problemas enfrentados pela comunidade indígena da aldeia Ipegue em Aquidauana,
percebemos que são os mesmos problemas enfrentados na comunidade indígena da
Escola Municipal Indígena Polo Pílad Rebuá em Miranda/MS. E os alunos que são
crianças e jovens ficam motivados pela curiosidade e desejo dos objetos
tecnológicos, roupas, acessórios dos “purútuye”e
se afastam cada vez mais da língua terena, resultado da globalização. “Nesta
imposição tecnológica nem os Terena estão excluídos”. (FIALHO,2010). E a língua
Terena que deveria ser a língua materna desses jovens indígenas estudantes da Escola
Municipal Indígena Polo Pílad Rebuá, não tem dado continuidade a esse
importante fato que orgulha os falantes e desperta interesse dos linguistas e
simpatizantes desse povo que habitam várias localidades do Brasil e
principalmente do Mato Grosso do Sul. Esta pesquisa trouxe uma responsabilidade
ainda maior, de tentar entender as causas do desuso da língua terena entre os
alunos dessa escola e ajudar a resgatar a língua terena entre esses jovens.
Sabemos que é uma tarefa muito difícil, mas com empenho e dedicação de toda a
comunidade escolar Pílad Rebuá conseguiremos essa pro-revitalização da língua
terena com ações em conjunto que trará a essa comunidade, mesmo que com tanta
interferência da comunidade não indígena a volta do uso da língua e
consequentemente o orgulho de ser Terena.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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Paulo. Movimentos indígenas. Culturas e Histórias dos Povos Indígenas em Mato
Grosso do Sul. Campo Grande: UFMS. 2013.
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Circe Maria; LADEIRA, Maria Eliza. A História do Povo Terena. Brasília: MEC.2000.
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Carmo. Etnocentrismo e Novas Diretrizes Curriculares Nacionais. Campo Grande
MS. 2015, Ed. UFMS.
FIALHO, Celma
Francelino. O Percurso Histórico da Língua e Cultura Terena na Aldeia
Ipegue/Aquidauana/MS. UCDB. 2010.
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Susana Martelleti Grillo. A Gestão da Educação Indígena. 2007.
IBGE, Brasília.
Ministério do Planejamento, orçamento e gestão. IBGE – Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística. (Censo 2010). 2015.Acessado em maio de 2015.
MIRANDA, Claudionor
do Carmo. Dissertação. Territorialidade e PráticasAgricolas Premissas para o Desenvolvimento
Local em Comunidades Terena de MS. UCDB. 2006.
NINCÃO,Onilda
Sanches.Tese de doutorado. “Koho yoko Hovôvo/ O Tuiuiú e o Sapo”; Biletramento,
Identidade e Política Lingüística na Formação de Professores Terena. Unicamp.
Campinas. 2008.
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Dall’Igna. Línguas Indígenas Brasileiras. DF. Laboratório de Línguas Indígenas
da UNB.2013.
SAUSSURE,
Ferdinand. Curso de Linguística Geral.26ª Edição. Tradução de Antônio Chelini,
José Paulo Paes e IzidoroBlikstein. São Paulo.Editora.Cultrix. 1995.
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Ferdinand de. Curso de Linguística Geral. EditoraCultrix. São Paulo. 2006.
https://pt.wikipedia.org/wiki/_método dedutivo
acessado em 15/05/2015.
URQUIZA, Antônio
Hilário Aguilera (org.) Culturas e Histórias dos Povos Indígenas em Mato Grosso
do Sul. Campo Grande. UFMS. 2013.
[1]Artigo apresentado como parte dos
requisitos acadêmicos para a obtenção do título de especialista na temática das
Culturas e História dos povos indígenas pela UFMS, sob orientação do prof.
Paulo Baltazar mestre em Antropologia pela PUC/SP 2010.
[2]Professor Terena e efetivo na Rede
Municipal de Educação em Miranda, lotado na Escola Municipal Indígena Polo
Pílad Rebuá, ministra aulas de Língua Portuguesa. Professor da Rede Estadual de
Ensino, lotado na Escola Estadual Profª Marly Russo Rodrigues em Aquidauana/MS,
ministra aulas de Língua Espanhola.
[3]Palavra usada pelos indígenas de
língua terena que refere-se ao chaco ou pântano.
[4]
Entrevista concedida e autorizada sua publicação em maio de 2015 sobre a
história da escola.
[5]
Jaime de Almeida, diretor atual da escola que forneceu as informações sobre a
escola em maio de 2015.
[6]Água na língua terena.
[7] Tudo bem! Em língua terena;
[8] Não em língua terena;
[9] Não sei em língua terena;
[10] Estou aqui em língua terena.
[11]Nome do livro, mas que em língua
terena significa criança.
[12]Não indígena